Café: Rabobank eleva esperança de melhora nos preços diante de pragas no Brasil

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O Rabobank elevou sua previsão para os preços do café arábica, já que reduziu sua previsão para a safra brasileira para bem abaixo das expectativas de outros analistas, citando danos causados por pragas.

O banco, após uma tour em 5.000 km em áreas de cultivo no coração do café do Brasil, reduziu em 2,2 milhões de sacas de 60 kg para 56,8 milhões sua previsão para a colheita do grão no país neste ano.

Apesar de ainda ser um recorde, a previsão está abaixo das expectativas de até 65 milhões de sacas esperadas por outros analistas, como uma pesquisa na Reuters com investidores há um mês, colocando a previsão em consenso de 60 milhões de sacas e uma estimativa da exportadora Terra Forte de 59,15 milhões.
De fato, o Rabobank reconheceu que sua estimativa estava “em forte contraste com a expectativa média do mercado de uma safra maior que 60 milhões de sacas, prevalecente até o início de 2018”.

Carga menor de cerejas
O banco apontou reduções na safra de arábica e robusta, com o primeiro em 41 milhões de sacas – caindo de 1 milhão de sacas da safra recorde de 2016. A última em que o Brasil teve lavouras em bienalidade positiva.

Ao ver a produção de arábica “surpreendentemente alta” em algumas áreas, o analista sênior de commodity do Rabobank, Carlos Mera, disse que a “maior surpresa veio do Sul de Minas Gerais”, o maior estado produtor de arábica, “onde observamos uma cereja [de café] em menor carga do que no ano passado”.
Mera também sinalizou a presença de Cercospora em lavouras, uma infecção fúngica, “em regiões de arábica”, resultado atribuído em parte à escassez de chuvas, o que dificultou a absorção de nitrogênio e a vitalidade da planta comprometida.
“Qualquer coisa entre Varginha e Guaxupé”, no Sudoeste de Minas Gerais, “era o oposto do que estávamos esperando – e esse é o coração e a alma do cinturão de café arábica”.

Perdas com Cochonilha
Para o café robusta, o Rabobank elevou a previsão da produção brasileira este ano para 10,7 milhões, ante a safra de 8,1 milhões de sacas do último ano, quando as árvores no estado maior estado produtor da variedade, o Espírito Santo, sofreram pelo segundo ano seguido de seca.

“Embora tenhamos expectativas para uma colheita muito boa no Espírito Santo, a realidade foi bastante diferente”, disse Mera em referência a propagação de pragas de insetos Cochonilha por conta do tempo seco.

“Quase metade das fazendas pesquisadas no Espírito Santo foram afetadas e a perda média dessas fazendas foi de quase 30%”.
“A precipitação persistente é necessária para evitar uma maior expansão [da área afetada] antes da colheita”.

Atualização de previsão de preços
A colheita de café do Brasil parece que deve ser “mais baixa do que o mercado espera” com grande parte do que é colhido nas mãos de grandes fazendeiros e bem-financiados que enfrentam menor pressão para vender.

E, observando que o país enfrenta uma safra de bienalidade negativa em 2019, o Rabobank aumentou 6 cents para 133 cents/lb, a previsão de preço para futuros do café arábica no trimestre de julho a setembro deste ano.

Isso é acima dos 125,10 cents/lb que o mercado anotava na segunda-feira no contrato de setembro e, de fato, era um nível que os gráficos de futuros não vê potencial de retorno até abril do próximo ano.

Tradução: Jhonatas Simião
Fonte: Agrimoney

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