Colunistas | Prof. Esp. Melissa de Figueiredo | Cultura surda: a construção da identidade do sujeito surdo

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Pedagoga Graduada em letras/libras Pós-graduada em tradução/interpretação de libras Docente de libras (língua brasileira de sinais) Unifran

 

Patrocínio Paulista:- A cultura da Comunidade Surda tem suas peculiaridades e é definida basicamente pela língua de sinais de cada país e pela sua história de opressão e de luta por direitos. Direitos que foram adquiridos com base em muito sofrimento, preconceito e exclusão, fazendo com que os defensores desse movimento, o identifiquem como uma única comunidade que é dividida em colônias pelo espaço territorial. A surdez, vista pela maioria das pessoas como uma deficiência limitante, para a Comunidade Surda é apenas algo que exige uma reestruturação da comunicação e não algo que precise ser “curado”.

A língua de sinais é o que difere esta de outras culturas e é a única fronteira entre surdos e ouvintes, assim como qualquer outra língua pode ser uma fronteira entre outras culturas ouvintes. Assim, a comunidade surda acaba se aproximando muito mais de movimentos sociais, como as chamadas classes minoritárias ou das minorias do que de movimentos de deficientes.

Algo bastante interessante sobre a cultura surda é a forma de se expressar através da poesia e tem se tornado uma das manifestações da cultura surda, mais populares, utilizando como suporte para divulgação canais de vídeos como o Youtube. Além dos sinais, também são essenciais os diferentes “gestos, expressões faciais e movimentos do corpo de quem faz a poesia”.

O desenvolvimento da Cultura Surda é importante, pois através desta expressão temos o desenvolvimento da identidade surda, que é a forma como os surdos se enxergam socialmente, tem sua experiência visual, e apreendem o mundo através da sua identidade se expressando através das Libras – Língua Brasileira de Sinais, tendo esta como sua língua materna e possibilitando a inserção social deste surdo.

As experiências do surdo são através de sua perspectiva visual, explorando assim sua expressividade, corporalidade, diferente dos ouvintes que se expressam oralmente e centrados na teoria grafocêntrica. Os surdos, por exemplo, podem explorar toda essa expressividade através de seu ritmo, repetição, simetria ou assimetria, metáforas, tudo isso respeitando a estrutura sintática das Libras, compondo as estrofes através das expressões faciais presentes nas Libras.

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