Colunistas | Prof. Esp. Melissa de Figueiredo | Surdo, Surdo-Mudo ou Deficiente Auditivo

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Prof. Esp. Melissa de Figueiredo Pedagoga Graduada em letras/libras Pós-graduada em tradução/interpretação de libras Docente de libras (língua brasileira de sinais) Unifran

 

Patrocínio Paulista:- Muitos perguntam qual o termo correto para se referir à pessoa com perda auditiva.

A história da educação dos surdos trouxe uma mudança significativa no modo como esse grupo de pessoas era visto. Durante um longo período, a educação dos surdos foi tratada como caso patológico, possível de ser curada. Acreditava-se então, que o surdo precisaria à todo custo ser oralizado, ou seja, falar. Como a grande maioria da sociedade se comunicava através da fala, essa era uma forma de tornar a pessoa surda “normal”. Esse período ficou conhecido como oralismo, e os gestos (como eram chamados os atuais sinais) foram simplesmente banidos da comunicação. Durante o oralismo, o surdo era tratado como surdo-mudo ou até mudo. Com a sociedade, sobretudo médicos e educadores observando que essa nomenclatura erra errônea, pois estudos comprovaram que o aparelho fonador dos surdos e ouvintes estavam preservados, e o termo mudo passou a não ser cabível. Porém, até hoje vemos pessoas tratando o surdo de forma pejorativa como surdinho, mudinho e até mesmo surdo-mudo.

Pesquisas apontam que o termo surdo tem sido utilizado quando a pessoa com surdez é caracterizada como surdez profunda no âmbito da medicina, quando é leve ou moderada utiliza-se o termo deficiente auditivo. Já na comunidade surda, o surdo é aquele que é usuário de libras e é pertencente a tal cultura e identidade.
Se ao termo deficiente auditivo não estiver impregnado de preconceito por parte de quem utiliza não deve ser errôneo, do ponto de vista que devemos tratar o termo deficiente não como incapaz, mas como déficit, ou seja, algo que não está em sua totalidade, mas que não impede a pessoa de viver sua vida com plenitude. Sendo assim, o termo surdo-mudo, de fato, deve ser banido da sociedade, visto que a surdez não acarreta perda no aparelho fonador do indivíduo. O surdo, na teoria, não fala porque não ouve e não porque suas cordas vocais foram comprometidas devido à surdez.

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