Colunistas | Professor Adhemar | NOVAS CULTURAS

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Certa vez numa aula de inglês, no segundo colegial, perguntei aos alunos como era o som do latido de um cachorro. Todos responderam:”au- au”. Resolvi desafiá-los a uma viagem pelo mundo e perguntei como soava o latido em outros países. Nos países de língua espanhola (Espanha, México, Argentina etc.), o som do latido do cachorro é guau-guau; nos Estados Unidos, bark-bark; na Alemanha, ulf-ulf; na França, oh-oh; na Coreia, wow-wow. Então, perguntei: “Se levar meu cachorro para a Argentina, ele fará guau-guau; depois vou para os Estados Unidos e lá bark-bark; pego outro avião e vou para a Alemanha, onde meu cão faz ulf-ulf. Quantas línguas o meu cachorro fala, afinal?

A maioria dos alunos respondeu por impulso, três línguas. Aí, completei: “Será que meu cachorro fala três línguas ou são as pessoas que ouvem diferente”?
Com certeza, meu cachorro não é poliglota; ele não late em três línguas, simplesmente faz um único som ao latir. São as pessoas que ouvem diferente. Em cada país ou língua, elas foram educadas culturalmente a reproduzir de determinada forma o som de um cachorro.

O que descobrimos com esse exemplo? Antes de oferecermos algum produto ou serviço para outro lugar do mundo, devemos entender a cultura local. As diferenças culturais podem ser imensos abismos. Se você não entender as religiões, os hábitos sociais e as manias de cada região, poderá condenar seu lançamento ao fracasso. Os riscos são muito grandes quando se investe em outro país. Não basta ter tradução simultânea, é preciso ter tradução vivencial, isto é, sentir o que eles sentem e agir como eles agem para depois trazer a inovação que fará parte do dia a dia daquela comunidade. Ou você respeita as regras regionais ou não será compreendido. No marketing moderno, não basta latir: é preciso ser decifrado para ser visto.

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