Colunistas | Professor Adhemar | SERÁ a MESMA PESSOA?

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Em 1829, nasceu Roger Charles Tichborne. Em 1854, embarcou em um navio no Rio de Janeiro rumo a Nova York. Alguns dias depois, o navio desapareceu, e ele junto. Roger foi declarado morto em 1855. Em 1862, seu pai morreu, passando o patrimônio para o irmão mais novo de Roger. A mãe dele se recusava a acreditar que Roger estava morto e fez consultas no mundo inteiro. Em 1865, recebeu uma carta dizendo que alguém que dizia ser Roger havia se apresentado em Nova Gales do Sul (Austrália). O requerente viajou à Europa em 1866 e se encontrou com a mãe de Roger em 1867. Apesar do fato de haver uma semelhança física entre os dois, e mesmo que requerente falasse francês, considerando que Roger era fluente nesse idioma, a senhora Tichborne se convenceu de que o requerente era seu filho. Após sua morte em 1868, houve um processo judicial para decidir se ele era ou não o requerente legal.

No final das contas, decidiu-se que não era, sendo ele acusado de perjúrio e, em 1874, condenado a 14 anos de trabalhos forçados. Revelou-se que ele era um sujeito chamado Arthur Orton, originário de Wapping.

O principal motivo pelo qual Lady Tichborne estava disposta a acreditar que Orton era seu filho parece que ela queria muito que isso fosse verdade e não podia aceitar o fato de que seu filho morrera. Todavia, após uma ausência de 13 anos, é evidente que Roger teria mudado. Se tivesse permanecido com a aparência totalmente inalterada durante esse tempo, como um Dorian Gray da vida real, isso sim teria sido suspeito. Não é que a identidade proíba a mudança. Sabemos que as pessoas mudam ao longo do tempo. A questão é de grau: quanta mudança é compatível com alguém ser a mesma pessoa? O caso do requerente de Tichborne é real. A história do filme francês O Retorno de Martin Guerre tem mais a ver com a lenda. O filme de Hollywood baseado nele, O Retorno de Um Estranho, é ficção pura. Mas todos propõem a mesma pergunta: trata-se da mesma pessoa?

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