Colunistas | Camilla Barato de Melo | A Vírgula

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Itirapuã:- Muitas vezes as noites são mais escuras do que desejamos… Tem dias em que o vento sopra frio espalhando silêncio, e são nestes dias em que os Anjos se aproximam de nós.

Na madrugada gelada me lembrei dos jovens presos naquela caverna. Meu coração ficou tão apertado que parecia doer. Meus olhos tentando enxergar em meio a escuridão, me lembraram que aqueles meninos faziam o mesmo, e, mais do que a ausência da luz, a incerteza do futuro certamente os perturbava mais.
Quando raiou o dia eu soube da estratégia de salvamento e senti um gelo pelo corpo todo: este ser humano incrédulo e racional, não levou em conta aquilo que move o mundo: o amor!

Amor pela profissão, pelo ser humano! Aquele amor que te enche de coragem, que te faz enxergar a luz no fim do túnel, que te faz arrancar forças você nem sabe de onde! Aquele amor que comove a Deus… e, comovido, Ele envia seus anjos!

Quando se espalhou a notícia do salvamento todos nós nos enchemos de um alívio bom, uma paz mesmo que momentânea, e desperta em nós aquela sensação de que sempre haverá alguém, um herói desconhecido ou não, uma boa alma ou um anjo que vai estar lá quando nós precisarmos. E fica para nós um convite: bebermos da água da misericórdia e sermos nós os Anjos, os instrumentos de Deus, os brinquedinhos do Universo que, ai invés de sermos céticos, incrédulos, duros e azedos, sermos a sobremesa de domingo, o chá na tarde de inverno, o abraço na dor, o cobertor do desconhecido na noite fria, a mão estendida no medo e a vírgula quando todos acreditam que chegou o ponto final

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